Os 5 Contos de Fadas com versões originais mais macabras



Assassinatos, estupros, tortura – todos sabem que as origens dos contos de fadas estão longe de ser fofas. Conheça nossa seleção dos contos originais mais sinistros.


Todos sabemos como vai terminar: o príncipe beija a princesas, e todos vivem felizes para sempre. Mas será que foi sempre assim?

A verdade é que a maioria dos contos de fadas que nós conhecemos hoje, em sua origem, tinham finais muito mais extremos, e envolviam temas mais pesados, como canibalismo, homicídio e tortura. Com o tempo (e, geralmente, com a Disney) eles foram abrandados para versões mais politicamente corretas, adequadas para as crianças hoje.

Para entender os motivos dessas origens macabras, precisamos considerar o contexto em que a maioria dos nossos contos de fadas surgiram. Esses eram contos populares entre populações de pequenos vilarejos medievais onde hoje estão Alemanha e França. Nessas ocasiões, as histórias serviam tanto para educar as crianças – daí a “moral” incluída em cada história – quanto para distrair e entreter os adultos.

Os contos de fadas começaram a ser visto como “infantis” a partir dos Irmãos Grimm, que colecionaram vários contos alemães sob o nome de Contos de fadas para crianças. Mesmo assim, mantiveram a maioria dos detalhes sórdidos. Por que? Bom, precisamos lembrar que as crianças daquele tempo viviam em um mundo em que estavam muito mais expostas, convivendo mais diariamente e de forma direta com violência e morte. Ser devorado por um lobo, por exemplo, era um risco real.
Conheça então as 5 piores versões originais de contos de fadas. E, se você conhecer mais alguma origem bizarra, não deixe de nos contar nos comentários!

1. A Bela Adormecida


Essa história é provavelmente a que tem a versão original mais bizarra. Na história que conhecemos, a Bela Adormecida é vítima de uma maldição, e, após furar o dedo em uma roca de fiar, adormece. Quando recebe o beijo de amor verdadeiro de seu príncipe encantado, acorda, e os dois vivem felizes para sempre


Na versão original, contudo, a moça não é vítima de uma maldição, mas de uma profecia. Aos quinze anos, ela prende um espinho venenoso sob a unha do dedo, e adormece.

Eis que surge um rei, que vê a jovem desfalecida e resolve aproveitar-se dela. Isso mesmo que você está imaginando. Tanto que, nove meses depois, a ainda-adormecida princesa dá a luz a gêmeos. As crianças, buscando o leite materno, chupam um de seus dedos, retirando o espinho – e Bela Adormecida acorda (violada e mãe de duas crianças, que ela sequer sabe de onde surgiram).

Como se não bastasse tudo isso, o rei manda buscar a moça e as crianças, convenientemente esquecendo de avisar que ele é casado. Resultado: a esposa do rei tenta matar Bela Adormecida e as crianças, mas é impedida e assassinada pelo próprio rei. Assim, a bela princesa fica livre para casar com o seu estuprador, e todos vivem felizes para sempre (!).

2. Chapeuzinho Vermelho


O clássico conto da meninha que encontra com um Lobo Malvado no caminho para a casa de sua avó. O lobo engana a menina e chega antes na casa da vovózinha, devorando-a inteira (ou, em versões ainda mais politicamente corretas, trancando e velhinha no armário). Quando a Chapeuzinho Vermelho finalmente chega, ela encontra o Lobo disfarçado de vovó, rola o famoso diálogo “Que olhos grandes você tem”, e parece que tudo está perdido… Até que chega um Caçador, Lenhador ou similar, e acaba com o Lobo, salvando o dia!


Esse foi um conto muito difundido nos tempos medievais e, consequentemente, tem uma infinidade de versões - a maioria delas, muito mais cruéis que a que conhecemos.

Como você deve ter imaginado, o Lenhador foi uma invenção posterior, para abrandar a história. E, como tal, em quase todas as versões Chapeuzinho e Vovózinha se dão mal no final.

Na versão (já “censurada”) de Charles Perrault, Chapeuzinho Vermelho – uma moça bem criada – pede instruções para o Lobo Mau para chegar à casa da Vovó. Ele ensina o caminho errado, segue a moça e a devora. Moral da história? Não fale com estranhos.

Mas, em versões ainda mais antigas, o Lobo Mau chega antes na casa da Vovó, a mata e prepara a sua carne, para depois convidar a Chapeuzinho para um delicioso jantar . E, claro, depois dessa nutritiva refeição ele também devora a moça.

Há ainda versões mais calientes da história, nas quais Chapeuzinho faz um strip-tease para o Lobo, e foge enquanto ele está “distraído” (?)


3. Branca de Neve



Um dos mais populares contos de fadas de todos os tempos. Branca de Neve conta a história da linda princesa, com a pele mais branca que a neve, que sofre com a inveja de sua madrasta má. Obrigada a exilar-se na floresta, na casa de sete pequenos anões, a princesa é enganada pela madrasta/bruxa a comer uma maçã envenenada. Os anões a colocam em um caixão de cristal e um belo príncipe, de passagem pela floresta, a vê e resolve beijá-la. Voilà! O feitiço da bruxa má é quebrado e Branca de Neve vai casar-se com o príncipe e viver feliz para sempre.


O primeiro fato interessante sobre esse conto é de que ele possivelmente foi inspirado em fatos reais. No século XVI, viveu uma princesa chamada Margarete von Waldeck, conhecida por sua beleza. Ela cresceu na região de Waldeck – onde as crianças pequenas, que trabalhavam nas minas, eram conhecidas como “anões” – e era detestada por sua madrasta. Felipe II, da Espanha, decidiu casar-se com a bela jovem, mas antes que isso fosse possível ela morreu envenenada. Muito provavelmente, a história da linda jovem que perdeu a vida cedo demais ganhou força no imaginário popular, sendo depois adaptado pelos irmãos Grimm.

As primeira versões, contudo, estavam longe de serem “fofas”.

Bom, todos devem lembrar que, no filme da Disney, a rainha má pede ao caçador que mate Branca de Neve, e traga como prova do feito o coração da moça. Ok. No original, o coração – e, em muitas variações, os pulmões, rins, e outros órgãos internos – devem ser trazidos para que a rainha coma-os. Eca!

Um dos momentos mais românticos da história que conhecemos é quando o príncipe acorda Branca de Neve com um beijo de amor verdadeiro. Mas, originalmente, ele coloca a moça desfalecida em seu cavalo, para levá-la ao castelo – e ela acorda com o trotar do animal. O que o príncipe gostaria de fazer com o cadáver de uma bela moça dispensa comentários.

E um último detalhe que não podemos ignorar é o destino da vilã. Na versão original, ela é submetida a um tratamento digno de um dos filmes de Jogos Mortais: fazem ela dançar até a morte, calçando sapatos de ferro em brasa.

4. Cachinhos Dourados



A história da menina intrometida, que entra na casa dos três ursos para comer o seu mingau, sentar em suas cadeiras e dormir em suas camas não é especialmente popular no Brasil. Ainda assim, Cachinhos Dourados é um clássico.

Como a história termina mesmo? Ah, sim: a garota acorda e depara-se com três ursos, muito bravos (com toda razão), e pula uma janela, fugindo pela floresta.

Mas esse final (que, convenhamos, tem um jeitinho de improvisado mesmo) não é o original.


Esse é um conto de fadas mais “novinho” – a sua versão original data de 1837. Nela, existem duas variações para o final. Em uma, os ursos destroçam e devoram Cachinhos Dourados. Na outra, Cachinhos Dourados – que, na realidade, seria uma velhinha (?) – salta da janela e quebra o pescoço.

Posteriormente, surgiu uma terceira versão em que Cachinhos Dourados vai presa, por invasão de domicílio. Justo.

5. A Gata Borralheira, ou Cinderella

Na história que conhecemos, a nobre e bondosa Cinderella é obrigada a realizar os serviços domésticos dia e noite por sua madrasta má. Graças à fada madrinha, ela vai ao baile real, conhece o príncipe, mas precisa ir embora antes da meia-noite. Quando foge às pressas, derruba um sapatinho de cristal, que o príncipe usa para encontrá-la. E todos vivem felizespara sempre.

O interessante é que Cinderella é uma das histórias com mais versões mundo afora, incluindo uma Cinderella chinesa de 850 d.C. (que tem um enorme peixe dourado como fada-madrinha), chamada Yeh-Hsien. Aliás, a versão mais antiga – a história de Rhodopis, praticamente idêntica à Cinderella moderna – foi escrita no século I a. C., por Stabo.

A versão mais próxima da que conhecemos é de Charles Perrault, que incluiu a carruagem de abóbora e os sapatinhos de cristal. 

Nas versões mais antigas da história, Cinderella não é tão boazinha assim. Na realidade, ela assassinava a sua primeira madrasta para que seu pai pudesse se casar com a empregada – que depois, viria a se tornar a “madrasta má”.

Além disso, a história é mais violenta. Quando o príncipe chegava na casa de Cinderella para calçar o sapatinho nos moças, as irmãs malvadas mutilavam os próprios pés, cortando os dedos e os calcanhares, para tentar enganá-lo. Diante da falsidade delas, passarinhos entravam pela janela e bicavam seus olhos, até elas ficarem cegas.



Por fim o ultimo não achei nessa coletânea, por isso coloquei 5 contos de fadas, mas não deixaria o da Alice no Pais das maravilha de fora.

A verdadeira história de Alice no País das Maravilhas

Aviso: esta não é uma história que você vá encontrar pesquisando no Google ou em livros.


A história de Alice é, na realidade, triste. Lembrem-se que os grandes contos de fadas são de outra época, a realidade era diferente e os valores extremamente conservadores. Então, ter uma filha esquizofrênica era considerado uma aberração, um crime. Os pais de Alice decidiram deixa-la em um sanatório, e ela permanecia, na maior parte do tempo, dopada. Quando não estava sob efeito de remédios, era violentada pelos funcionários. A menina tinha apenas 11 anos.

Cada um dos personagens e objetos da história, tem a ver com um desejo ou experiência de Alice.

O buraco pelo qual ela entra no País das Maravilhas, é, na verdade, uma janela de seu quarto, onde ficou presa durante toda a vida, pela qual ela desejava sair e conhecer o mundo à sua volta.

O coelho branco, para ela, representava o tempo. Aquele tempo que ela desejava que passasse logo, para que um dia ela pudesse sair daquele lugar. O tempo que ela via passar tão rápido, porém tão lento...

O Chapeleiro Maluco, era outro interno, seu melhor amigo. Alguém que deixava sua vida no hospital menos amargurada, com quem criava várias teorias de como seria a vida lá fora. O rapaz, em realidade, sofria de Síndrome Bipolar, por isso a personalidade do Chapeleiro na história, o mostrava ora alegre, ora depressivo, ora calmo, ora irritado.

A Lebre, companheira do Chapeleiro, era a menina que dividia o quarto com ele. Ela sofria de depressão profunda, e todas as vezes que Alice teve contato com ela, encontrou-a num estado de terror e paranoia.

O gato de Cheshire: um dos enfermeiros, em quem Alice confiou, mas acabou por enganá-la e violenta-la. O sorriso do gato, aquele que é tão marcado, era na verdade o sorriso obscuro que seu agressor abria, cada vez que lhe abusava, e a deixava jogada em um canto de sua acomodação, derrotada, triste e ofuscada.

A Rainha de Copas: a diretora do sanatório. Uma mulher má e desprezível, que não sentia sequer um pingo de compaixão para com os enfermos que estavam sob seus cuidados. Era a favor da terapia de choque e da lobotomia, e por diversas vezes ordenava que os funcionários espancassem, sedassem e prendessem em jaulas os enfermos que apresentavam comportamento que não lhe agradavam.

A Rainha Branca: sua mãe, uma mulher nobre e terna, que sofreu na pele o preconceito de ter uma filha doente, tendo que abandonar a menina em um sanatório, e nunca mais voltar a vê-la. As vagas lembranças que Alice possuía, era de momentos com sua mãe, e o motivo dela pensar que o mundo fora dos muros do hospital era um lugar melhor, era saber que a mãe estava lá, em algum lugar, para lhe cuidar.
Os Naipes: enfermeiros do hospital, apenas seguindo ordens o dia inteiro.

A Lagarta Azul: sua terapeuta, aquela que lhe dava as respostas, que lhe explicava o que acontecia e com quem ela conversava.

Tweedledum e Tweedledee: gêmeos siameses órfãos, que também estavam no hospital. Embora não possuíssem nenhum problema mental que justificasse sua internação, a aparência que tinham era assustadora, por isso foram reclusos.

O Rei de Copas: o médico psiquiatra do hospital. Alguém com complexo de inferioridade, que era incapaz de se opor às ordens da diretora.

Os frascos “Coma-me” e “Beba-me”: as drogas que lhe davam. Por serem extremamente fortes, por várias vezes Alice tinha sensações diferentes e alucinações, bem como se tivesse encolhido ou aumentado de tamanho.

Tudo isso foi criado pela menina como se fosse um mundo paralelo. Uma realidade menos dolorosa daquela em que vivia. Ela já não podia suportar aquele local e tudo o que acontecia com ela ali dentro, então resolveu usar de sua imaginação infantil para amenizar a dor e o sofrimento. A irmã mais velha de Alice, é na verdade uma enfermeira do hospital, a quem a pequena era muito apegada. A enfermeira tinha um diário e nele anotava todas as histórias que Alice criava em sua mente. Todos os dias a enfermeira ia até o quarto da menina e ouvia seus desabafos e as aventuras que criava em sua mente. Sem deixar de anotar uma palavra sequer.

Infelizmente, Alice executa uma tentativa de fuga. Ela não obtém sucesso, e acaba detida pelos funcionários. A diretora furiosa, manda que espanquem a garota e apliquem a terapia de eletrochoque, para que nunca mais volte a se repetir. Após o castigo, Alice torna-se agressiva e violenta, ao ponto da diretora decidir que a única saída para ela, seria a lobotomia.

Alice viveu por muito tempo em um estado de “coma”. Ela nunca mais viveu, sorriu, tampouco falou. Devido a isso, teve seu corpo devastadoramente abusado, tanto, que acabou por ter hemorragia interna devido à violência empregada em um ato de estupro, e veio a falecer.

A enfermeira que escrevia suas histórias em um diário acabou por se afastar do sanatório, e Alice foi imortalizada como a menina sonhadora que viveu aventuras incríveis no País das Maravilhas.

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